07 abril 2011

A construção de espaço e tempo
através das relações corporais...

À medida em que a criança vai percebendo e conhecendo o mundo a partir das relações que estabelece com os outros e os objetos, percebe, conforme ressalta João Batista Freire*, que possui "um corpo capaz de pegar, rolar, rir, chorar, bater sentar, deitar, andar e que é capaz de conhecer as coisas que pega, sobre as quais rola, pelas quais chora e ri, e assim por adiante".
Podemos perceber que existe uma "compreensão corporal" conforme a criança movimenta seu corpo adaptando-se à situações cotidianas, vivendo e revivendo seu espaço e tempo a partir das relações de seu corpo com o mundo e das representações que faz destas relações.
Quando a criança age com os objetos e com outras pessoas é importante que se leve em conta o elo que existe entre seu corpo e o mundo, intermediados pelo espaço e tempo vividos em cada situação real. É importante que a criança se perceba em um determinado espaço e que sinta as relações com o seu tempo biológico e as variações de tempo no ambiente: manhã/tarde/noite; presente/passado/futuro; rápido/lentamente; agora/mais tarde/daqui a pouco; etc.
Desta forma a criança vai construindo, com o próprio corpo conceitos como os de simultaneidade e duração, por exemplo; adquirindo noções de quantidade, conjunto, agrupamento e muitas outras atividades, mentais como o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático, necessário à resolução de problemas, inclusive os apresentados pela leitura e escrita.
A partir de vivências com seu próprio corpo, a criança vai produzindo e modificando diferentes conceitos, incorporando-os às estruturas do pensamento.



*João Batista Freire é Mestre em Educação Física pela USP; Doutorando em Psicologia Escolar na USP.

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