“O Natal é você quem faz। Se você tem uma saudade para chorar no Natal, chore। Se tem uma canção para cantar, cante। Se tem uma boca para beijar, beije. Se tem um presente para dar, é urgente que você o dê. Mas se você tiver as mãos vazias. Se nada tiver para cantar. Se não tiver abraço para dar, boca para beijar. Se for assim, ainda assim, feliz Natal. Porque o Natal é você quem faz. É preciso aprender a conviver com o Natal. É preciso aprender a fazer do espírito de Natal um aliado (e não um adversário). Por que tantos sofrem no Natal? É porque Papai Noel não vem? Ora: um aperto de mão é um presente de Natal. Uma oração é uma dádiva de Natal. Um abraço vale um Natal feliz. É preciso acabar com a mania de sofrer no Natal. O Natal não foi feito para o desespero de ninguém. Desesperados do meu país: guardai vosso desespero de Natal e de fim de ano! Desesperados do meu país: tirai vosso dedo do gatilho, deixai a janela do 15º andar. O Natal é você quem faz. Só os robôs não sofrem. Só os computadores não sofrem. Mas nós (eu e você) somos feitos de barro humano. Estamos sujeitos a lágrimas e dores. Mas estamos sujeitos também a alegrias, canções e amores. É preciso escrever na face da Lua, se houver Lua. É preciso escrever na mão das namoradas. No ombro nu das amantes. Na boca dos apaixonados. É urgente escrever: abaixo a obrigação de ser feliz no Natal! O que mata, o que dói, o que desespera, é essa obrigação de ser feliz no Natal. Mas ninguém está obrigado a ser feliz no Natal, nem em tempo algum. Se sua única razão para ser feliz no Natal é um grão de areia, transforme esse grão de areia num oceano. Faça do grão de areia, uma bandeira, a invencível bandeira da alegria. Se o amor morreu, cante no Natal e espere: outro amor maior nascerá mais forte. Se sua dor for grande, pense nos pobres do mundo. Pense nos que não têm teto, nem pão, nem terra, nem paz: pense nos nossos irmãos da África. Fique de pé, faça como Minas, que só se ajoelha diante de Deus. O Natal é você quem faz. Mas, de qualquer maneira, seja muito feliz neste Natal. Se não tiver vinho, beba o ar que você respira!”
Roberto Drummond
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