12 junho 2012

Textos para o Módulo II


Esses dados valem ouro

As informações que estão na sua secretaria ajudam a definir as ações e metas educacionais

Dados escolares familiares ao dia a dia do gestor, como os referentes à avaliação, movimentação e situação do aluno - geralmente requisitados anualmente pelo Ministério da Educação e pelas secretarias de Educação -, são bem mais do que simples levantamentos numéricos. Quando olhados com atenção, eles se transformam em instrumentos valiosos para detectar problemas, definir encaminhamentos, analisar variáveis e definir metas. A semana pedagógica é uma excelente oportunidade para a equipe discutir e analisar esses números . 

Se num ano muitos alunos deixaram a escola ou ficaram retidos, é preciso fazer alguns questionamentos e verificar quais as possíveis variáveis do cotidiano escolar que justificam esse número. O passo seguinte é planejar as ações que devem ser implementadas antes de o problema se agravar e as que evitarão que ele aconteça no futuro. Para mostrar como usar essas tabelas, Roberta Panico, coordenadora pedagógica do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac) e consultora de NOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR, fez uma simulação dos índices de uma unidade que atende alunos da primeira etapa do Ensino Fundamental (leia quadro abaixo). Ela levantou questões que a equipe gestora pode fazer com base neles e os possíveis caminhos que a equipe gestora pode trilhar. Dica geral: se os números analisados isoladamente parecerem pequenos ou irrelevantes, transforme-os em porcentagem. Você verá como eles revelam a situação da escola e tornam visíveis os problemas, facilitando a tomada de decisão (como no segundo quadro, que traz uma parte de uma tabela de turmas da segunda etapa do Ensino Fundamental).

Como organizar e interpretar as tabelas
Acompanhe nesta simulação dos dados de uma escola as questões que podem ser levantadas pela equipe gestora, a análise e as sugestões de encaminhamento para resolver os problemas detectados.

Questões 

Quantos alunos foram matriculados no 1º ano? E no 5º? A diferença é de 20 alunos. Esses dados correspondem à média de matrículas dos últimos anos? Por que esse número diminuiu ao longo da escolaridade? 

Encaminhamento 

A não manutenção do número de matrículas revela um funil de reprovação ou evasão e pode significar que a escola não está dando conta da aprendizagem de todos os alunos. É preciso verificar se os professores estão ensinando apenas para os "mais sabidos" e deixando de oferecer apoio aos que apresentam dificuldades.

Questões

Por que o 2º ano tem um índice de reprovação maior do que os outros? Ele corresponde à antiga 1ª série, período de alfabetização das crianças. O professor regente tem a experiência necessária nessa área? 

Encaminhamento 

O diretor pode atuar na distribuição das salas aos professores de acordo com o preparo e a experiência de cada um. Há locais em que a escolha é regida por lei. Mesmo assim, é papel do diretor conversar com a equipe, compartilhar as 

informações sobre a movimentação escolar com o grupo e propor tomadas de decisões que favoreçam todos, principalmente os alunos.

Questões 

Quais são os motivos da evasão dos alunos nesta escola? Por que as crianças deixaram de frequentar as aulas? 

Encaminhamento 

Vale a pena o diretor ir em busca dessas respostas na comunidade e, principalmente, procurar as famílias para saber o que levou as crianças a abandonar a sala de aula. De posse dessas informações, ele também deve discutir com a equipe quais seriam as possibilidades para diminuir esse número. Uma variável possível a ser considerada: será que os alunos desistiram porque não estavm conseguindo aprender?

Questões

Os alunos que precisam de correção de fluxo repetiram de ano na própria escola ou já vieram de outras unidades nessa situação? O que é possível fazer para que o número total de alunos com defasagem idade/série não seja tão elevado (18 crianças)? 

Encaminhamento 

Pensar em um projeto específico para esses alunos (como grupo de apoio, por exemplo), de modo que, ao fim do ano letivo, todos eles tenham as condições necessárias para serem reclassificados, como autoriza a Lei de Diretrizes e Bases. Analisar os motivos da repetência.

Análise bimestral



Encarar os problemas e as dificuldades ao longo do ano letivo ou em seu término para buscar soluções e estabelecer metas e melhoria para o ano seguinte é bem mais eficiente do que deixar a situação da escola só ser revelada nas avaliações externas. Pensando nisso, Clécio Lima Sousa, diretor da EM Mariano da Silva Barroso e diretor-formador da rede pública de ensino de Pindaré-Mirim, a 250 quilômetros de São Luís, orienta a equipe docente a olhar os resultados das avaliações no fim de cada bimestre e a se questionar: se o ano acabasse hoje, quantos alunos seriam reprovados? Quantos teriam abandonado as aulas? Por quais motivos isso teria acontecido? 



"Verificamos que, no caso de nossa escola, faltava a integração entre a direção, a coordenação e o corpo docente na definição de metas e também a responsabilização pelos resultados de aprendizagem dos alunos. Nas discussões, foram levantadas variáveis que podem ter influenciado o desempenho dos alunos, como a estrutura das escolas e o envolvimento das famílias", diz Clécio. Desse modo, foi possível retraçar metas e mudar o curso dos problemas encontrados antes que eles se tornassem definitivos. 



Algumas secretarias solicitam esses números periodicamente e incentivam os gestores a utilizá-los na melhoria da qualidade de ensino. Em Taboão da Serra, município da Grande São Paulo, as escolas preenchem o quadro de situação dos alunos no início do ano letivo. Depois, ao longo dos meses, as informações coletadas e tabuladas seguem norteando o trabalho das equipes. "Se a retenção aumenta, a tabela ajuda a enxergar o problema. Então, uma equipe de formação vai à escola debater as possíveis causas e propor soluções", afirma Ricardo de Oliveira Queiroz, diretor de divisão de Ensino Fundamental da Secretaria de Educação do município. 


Providências da rede

O levantamento feito pela escola também ajuda as secretarias a detectar a necessidade da implantação de políticas. "Caso o rendimento geral de uma disciplina caia, formadores, diretores e docentes se reúnem para discutir novas abordagens", afirma Ricardo. Segundo ele, a atenção com os números é uma das responsáveis pela diminuição da retenção escolar, de 8 para 4%, que vem ocorrendo desde 2005. 

Dados de aprovação, reprovação e movimento também são solicitados anualmente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), sempre após o Censo Escolar, no primeiro semestre. "Os diretores colocam informações da escola no site do Sistema Educacenso e, com elas, tiram-se as médias sobre as taxas de evasão, repetência e promoção, usadas para medir o fluxo escolar. Essas, por sua vez, são usadas como uma medida de produtividade do sistema educacional", explica Maria Inês Pestana, diretora de Estatísticas da Educação do Inep. Tempos depois, os diretores recebem a nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e das metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) de sua escola - calculados com base no quadro apresentado por cada unidade. 

Quem já usou os dados da escola para definir mudanças aprovou. Veronice Coelho, formadora de diretores da Secretaria Municipal de Educação de Parauapebas, a 834 quilômetros de Belém, conta que é possível medir os avanços de um período para o outro e perceber o que falta melhorar. Ela conta que, em 2009, a principal meta na rede foi continuar o trabalho começado dois anos antes para combater a repetência e a evasão: "Para isso, avaliamos as tabelas dos últimos anos e estabelecemos metas para a Secretaria e para cada escola junto com o diretor. Dependendo dos problemas que detectamos, tomamos medidas personalizadas para cada unidade."
Para a segunda etapa do Ensino Fundamental
Clique para ampliar

Questão

Qual a disciplina que mais reprova alunos? 

Encaminhamento

Comparar a quantidade de aulas dadas e do número de frequência dos alunos da disciplina que mais reprova. Existe alguma relação entre falta de professor e alunos e o índice de reprovação da disciplina? Se existe, valeria a pena uma boa conversa com o professor e com os alunos da classe. É preciso discutir com formadores e docentes para pensar em novas abordagens para o ensino da disciplina.

Questão

Os índices de distorção idade/série são altos. O que vem produzindo estes números ao longo da escolaridade? 

Encaminhamento

Fazer um levantamento do histórico da vida escolar desses alunos desde a época do ingresso na escola. Quantos são matriculados desde a Educação Infantil? Quantos vieram transferidos de outras unidades? Levantar com a equipe pedagógica (do 1º ao 7º ano) o que faz a escola produzir esses índices. Planejar projetos de correção de fluxo. 


Obs. A porcentagem da aprovação e reprovação é calculada, sobre o número de matriculas finais e a dos índices de evasão, transferência e distorção idade-série sobre as iniciais.

Em 2007, os índices de abandono escolar para as turmas de 5ª e 8ª séries da área urbana eram de 2,8 e 11,1%, respectivamente, e os de reprovação, 6,7 e 20,1%. "Apostamos em uma maior articulação das instituições com a comunidade e juntos avaliamos o risco social que poderia levar as crianças a sair da escola. Para esse trabalho, contamos com o apoio do Conselho Escolar e do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente", diz Veronice. 



Em 2008, os números já mostraram que a realidade estava mudando: os de evasão caíram para 2,1 e 9,2% (5ª e 8ª séries da área urbana), e os de retenção, para 2,6 e 10,2% (igualmente). "Notamos também que faltava investir mais em formação dos educandos e, agora, já começamos a notar melhoras significativas nos índices de desempenho. Por isso, acredito que, se não olhamos para as tabelas e não traçamos metas claras, nossas ações ficam soltas", afirma ela.
Dez questões para pensar

Os números são instrumentos que levam à reflexão sobre diversas questões. Aqui, alguns pontos que podem ser analisados pela equipe gestora:



1 É importante comparar os resultados dos alunos de uma mesma série e perguntar: há uma divisão desigual de turmas (classes "fortes" e "fracas"?) Qual sala reprova mais?



2 Os alunos estão evadindo ou pedindo transferência? Será que os pais estão insatisfeitos? A comunidade passa por problemas?



3 De que maneira você e a equipe gestora podem contribuir para elevar o índice geral de aprovação? Será que falta acompanhar mais de perto o desempenho dos alunos ou o trabalho de professores e coordenadores?


4 Há necessidade de montar grupos de apoio para os alunos com mais dificuldade de aprendizagem?

5 Os professores do 5º ano estão considerando que na próxima etapa da escolaridade as crianças passarão por diversas mudanças e é necessário prepará-las para que não caiam nas estatísticas de reprovação e evasão ao passar por essa transição?

6 Que ações pedagógicas podem ser implementadas nas últimas séries da primeira fase do Ensino Fundamental de modo a facilitar a adaptação dos estudantes ao segmento seguinte?

7 Qual é a disciplina que mais impacta os índices de reprovação? Não seria o caso de reunir os professores e planejar uma nova abordagem?

8 Ao longo dos anos, a evasão pode estar relacionada a dificuldades de adaptação às novas situações que os estudantes encontraram pelo percurso?

9 Que metas podem ser traçadas e implementadas para melhorar os índices globais no próximo ano?

10 Você, diretor, está olhando os números da tabela adequadamente ou apenas por burocracia?
Ilustrações: Mario Kanno


Esse texto foi trabalhado juntamente com os resultados finais de 2011 da Escola Estadual "Abre Campo". Após reflexão dos dados da escola  através de gráficos , especialistas e professores elaboraram a intervenção Pedagógica.



ANÁLISE DE DIÁRIO


1 - Preenchimento do cabeçalho: Não deixar campos incompletos. Se tiver dúvida, preencha a lápis e procure o especialista. Não registrar o dia a tinta, pois se houver um imprevisto e não for dia letivo, deverá ser apagado e o diário não deve ter rasuras. No dia da reposição, registra a data atual e no local do registro de matéria lecionada coloca-se: reposição do dia X e a seguir a matéria dada.

2 - Apuração da freqüência: use (.) para presença e (F) para falta e (*) para alunos com laudo (LG e LTS). Ao final de cada mês, some as faltas e registre na última quadrícula; Registre também o total de faltas do bimestre. Se o aluno não faltou, registre 00. Licença Gestação (LG) e Licença tratamento de Saúde (LTS).  Ao final do mês, registrar a lei que “ampara”, mas não abona suas faltas. LG lei de nº. 6202/75 de 17/04/1975. O aluno com laudo deve receber todas as atividades em casa (é direito dele).
* Há casos em que o professor ou outro indicado pela escola irá à residência do aluno para aplicar avaliações.
* O aluno matriculado até 51 (cinqüenta e um) dias letivos, não fará RECLASSIFICAÇÃO e o ano letivo do aluno terá início a partir do 2º bimestre sendo os 100 (cem) pontos divididos em 3 bimestres: (30 – 30 - 40).

3 - Matéria Lecionada/Metodologia
De acordo com instruções da SRE – eixo, descritores e habilidades contidos no CBC.

4 - Instrumentos utilizados para avaliação/distribuição de notas
Não registrar somente prova.
Ex: Atividade em grupo/Pesquisa/Trabalhos/ Debate/ Participação/ Atividades Extra Classe...
AVEO: Recuperação Paralela - Tem que haver registro de todas as atividades desenvolvidas com os alunos nas quadrículas de AVEO e também no espaço de matéria lecionada. A recuperação é da matéria (conteúdo) que o aluno não aprendeu.

5 - Assinatura/data/anulação dos espaços
Não pode haver quadrículas em branco ou tracejado.
Obs.: Informar após cada avaliação qual aluno não compareceu, recusou realizar a atividade avaliativa ou apenas assinou as provas.
As providências serão registradas em ficha e os pais serão comunicados. O especialista informará como proceder com o aluno ao final do bimestre.  

6 – Avaliação de estudos orientados
Realizada ao final do Ano letivo - AVEOP

7 - Avaliação de estudos independentes
 Fevereiro -  de acordo com o cronograma da escola - AVEI

8 - Progressão Parcial
Realizada durante o ano letivo. É dividida em duas etapas
Estudos Orientados: O aluno realiza atividades avaliativas e é orientado diariamente pelo professor;
O aluno vencendo ou não a PP será preenchido uma ficha com os resultados (ficha fornecida pelas secretárias ou especialistas)
Estudos Independentes: O aluno estuda sozinho e realiza as atividades em dia e horário que o professor marcar.
Se você não informar à secretaria que o aluno venceu ou não a PP, não há como registrar no SIMADE e a vida escolar do aluno fica incompleta podendo assim, prejudica-lo.
OBS: As taletas serão entregues juntamente com as do 2º bimestre ou 4º bimestre, se for o caso.
9 - Rasuras
 Não pode haver de forma alguma, principalmente em nota e freqüência.
  • Todas as informações acima, foram repassadas pela dupla da SRE de Ponte Nova -__________
  • e revisadas por  ________ (analista) e __________ (inspetora escolar).
  • Será afixada uma ficha de correção no final do diário e não poderá ser retirada. Todas as correções necessárias, se houver, estarão solicitadas na mesma.


Especialistas : Cristina Rocha e Elenice Chaves 

Nenhum comentário:

Postar um comentário