“Há necessidade de sermos homens e mulheres de nosso tempo que empregam todos os recursos disponíveis para dar o grande salto que nossa educação está a exigir”. Paulo Freire
28 novembro 2012
04 novembro 2012
PROFESSORES APAIXONADOS
Professores e
professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela ideia fixa de
que podem mover o mundo. Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão
preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as
inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há
homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a
arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e
não vai nisso nem um pouco de romantismo barato. Apaixonar-se sai caro!
Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista,
dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o
pneu da alegria. Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de
cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o
absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor
desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os
dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos
feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito,
das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor
apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando
apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena
que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço
de giz no quadro. Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações
antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem
humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração. Não essa oração
chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração
subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar
esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da
realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma
explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo,
professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também
indisfarçável.
Gabriel Perissé
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Capítulo dos insultos e afins
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Almofadinha
A expressão consta no dicionário como "homem que se veste com apuro exagerado", "abonecado" e "empetecado", e apareceu em 1919. Os rapazes mais sofisticados de Petrópolis, no Rio de Janeiro, fizeram um concurso beneficente de pintura e bordado de almofadas entre eles mesmos e acabaram conhecidos como "almofadinhas". Cretino Em sua obra, Adriano da Gama Cury, um dos maiores gramáticos do Brasil, explica que "cretino" vem de crétin, palavra de um dialeto franco-provençal da região dos Alpes Suíços que quer dizer "cristão". Mas não se trata de nenhuma heresia. Durante a Idade Média, a dieta dos habitantes do local era muito fraca em iodo, o que levou ao aumento dos casos de retardo físico e mental, e também do bócio ? conhecido popularmente como "papada". Ao verem seus vizinhos nessa situação, as pessoas ficavam cheias de pena e diziam "pobre cristãos", ou crétin. Infelizmente, em vez de confortar os coitados, a palavra adquiriu a conotação contrária e começou a ser usada de maneira pejorativa. Gaveteiro Em Minas Gerais, a expressão tinha cunho pejorativo. Ela se referia a pessoas avarentas, que tinham o hábito de esconder a comida em gavetas quando chegava uma visita inesperada na hora das refeições. Mictório Foi a princesa Isabel quem encomendou a palavra aos mestres lingüistas da Corte Imperial. Segundo o Dicionário Houaiss, a nobre precisava inaugurar um novo mijadouro público, mas achava esse nome muito vulgar. Assim, os estudiosos elaboraram uma nova palavra, juntando o termo mictum ? proveniente do latino mingère (mijar) ?, ao sufixo "ório", a exemplo de "lavatório". Veneno A raiz indo-européia wen significa desejo. É dela que vem a expressão latina venus, que quer dizer desejo sexual e batiza a deusa grega dos amores e da beleza. Venenum, em português veneno, deriva de venus. Literalmente, significa ?elixir de Vênus?. A palavra batizava um afrodisíaco que usado em excesso tinha efeitos fatais. |
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